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terça-feira, 8 de outubro de 2013

O AMOR ESTÁ EM FALTA NOS RESTAURANTES DA VIDA

Fui ao restaurante jantar e pedi ao Cheff o “Prato do Dia”.
Ele me respondeu dizendo não servem mais, pois a especiaria para realizar tal prato se tornou artigo raro hoje em dia.
“Que especiaria é essa?” Perguntei.
Ele me respondeu: “Amor!”
Como procurar amor num período onde prevalecem emoções instantâneas e requentadas de microondas a um sentimento saboroso, servido a luz de velas e com acompanhamentos?

O amor, este prato principal de nossas vidas, hoje não passa de um fast-food mal servido, pedido na tele-entrega, pois não temos tempo nem de sair para jantar fora.
Fecharam-se as cozinhas dos corações; demitiram-se os cupidos garçons; não há mais flerte, paquera, conquista, tampouco romance no Menu Principal. No Buffet servem apenas desapegos e trocas rápidas de carinho sem intimidade, onde você se serve sozinho.
Esta comida, assim como o sabor que ela proporciona, é insossa.
Onde foi parar o amor? Em que alfândega da insensibilidade terá sido confiscada? Que hoje não chega até nós. Ou será que nem mesmo os produtores não cultivam mais? Será que ainda existe, pelo menos, uma última semente?
Não jantei naquela noite, no restaurante. Voltei para casa recordando de forma gustativa os amores do passado, enquanto via em outdoors os “novos lanches da vida”, sendo expostos de forma apelativa. Senti sabores esquecidos de um beijo num fim de tarde de chuva, um entrelaçar de dedos durante um filme, uma lágrima que cai ao final de um pedido de perdão.
Cheguei em casa, abri a geladeira semi-vazia, e decidi cozinhar. Mesmo tarde da noite fiz um refeição especial com o pouco que tinha. E mesmo sabendo que o amor está em falta nos dias de hoje, temperei com bastante esperança.

Bon Appetit!

Um comentário:

Anônimo disse...

PENSO O MESMO, MAS SE HÁ ESPERANÇAS DIAS MELHORES VIRÃO...