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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Hoje eu vi o fim da humanidade

Charles Darwin, certa vez disse: "O homem ainda traz em sua estrutura física a marca indelével de sua origem primitiva". Afinal, segundo Darwin, foram necessários milhões de anos e processos genéticos de adaptação ao ambiente, que nos permitiram hoje sermos a espécie que domina o planeta. E, a partir de sua teoria, foi possível perceber como a humanidade se desenvolveu a tal ponto.

Mas hoje eu vi o início do fim da espécie humana (ou o erro de Darwin)...
... foi quando cruzei na rua por uma pessoa que ao invés de se locomover caminhando, utilizava um HoverBoard (um "diciclo elétrico" que se move com a inclinação do corpo, sem que o piloto necessite caminhar) parar em uma esquina para cumprimentar um amigo e ainda pedir-lhe um cigarro.
Me desculpem os defensores do uso das novas tecnologias e os fumantes, mas tal cena somada (preguiça e vício) foi um claro sinal do colapso da sociedade pós-contemporânea, que agora, mais que estagnada, projeta-se a um retrocesso, neste que parece ser o novo processo de "INvolução da espécie".

Perplexo com o que vi, continuei meu trajeto caminhando com as minhas próprias pernas (utilizando este recurso primitivo que por 10.000 anos sustenta a humanidade), e ao chegar em casa fui recebido pelo meu filho, que me alertou que seu aniversário está próximo e de presente gostaria de ganhar um...
Sim, um HoverBoard!
Pois, segundo ele, assim poderá ir mais rapidamente à escola e sem se cansar.

Vou ter que comprar. Não adianta, pais tendem a ter coração mole, mesmo que isso represente o fim de uma espécie. Apenas pedirei a ele que nunca fume.

domingo, 25 de junho de 2017

Um Cais de Porto e seus Navegantes

Todos aqueles Navegantes que chegam a um Cais de Porto são motivo de alegria. Alguns ficam por um curto período; outros permaneceram por mais tempo; mesmo assim, um dia partem, deixando no Cais uma saudade precoce.

Afinal, o Cais de um Porto é apenas uma parada, um entreposto onde os Navegantes estão só de passada.
Os Navegantes se vão; precisam viver.
O Cais permanece; acumulando memórias.

E nós, nessa vida...
Somos Navegantes deixando lembranças no Cais de outras pessoas?
Ou, quem sabe, somos o Cais de um Porto a permanecer, colecionando lembranças dos Navegantes que já passaram por nós?


sexta-feira, 16 de junho de 2017

Maria Augusta Generoso Estrela (a primeira mulher médica do Brasil)


Nascida em 1860, no Rio de Janeiro, Maria Augusta estudou na Escola Brasileira até os 13 anos de idade, quando viajou com a família para Portugal. Ao voltar para o Brasil, certo dia leu em um periódico sobre mulheres que estudavam medicina nos Estados Unidos.
Como no Brasil as únicas duas faculdades de medicina não permitiam o ingresso de mulheres, em 1875 Maria Augusta viajou para os Estados Unidos para prestar prova de admissão na New York Medical College and Hospital for Women. Em 1876 Maria Augusta já cursava medicina, tendo todos os custos de seu estudo bancados por Dom Pedro II (algo em torno de 100 mil réis mensais).

Mesmo tendo sofrido um acidente com bisturi, ao realizar cirurgia de necrópsia, e ter perdido o pai durante os anos de estudo, Maria Augusta formou-se com honras, em 1881, tendo sido agraciada com a Medalha de Ouro por melhor desempenho acadêmico, pelo seus estudo "Moléstias da Pele".
Ao retornar para o Brasil, em 1882, Maria Augusta só teve seu diploma revalidado e só pôde iniciar seus trabalhos como médica no país porque Dom Pedro II havia decretado o direito de ingresso de mulheres ao Ensino Superior em 1879.
Casou-se, teve cinco filhos e - mesmo com todas as resistências e preconceitos por ser mulher e médica - exerceu até o fim da vida sua profissão.
Maria Augusta Generoso Estrela, símbolo de garra, obstinação e resistência, hoje esquecida pela história e por movimentos sociais que lutam pelos direitos da mulher, é uma das grandes mulheres brasileiras que devemos exaltar.

terça-feira, 7 de março de 2017

Se Thomas Hobbes vivesse no Brasil

"O homem é o lobo do próprio homem."
Ao publicar a obra O Leviatã, em 1651, o filósofo inglês Thomas Hobbes anteviu o que aconteceria no Espírito Santo, e no Brasil, em 2017.
Segundo Hobbes, no Estado Natural, o homem livre e selvagem tende a praticar todo tipo de barbárie, dada a sua natureza má.
Com a instituição do Estado, o homem perderia liberdades mas ganharia a ORDEM, o que Hobbes chamava de "Pacto Social".
Sem a polícia nas ruas do Espírito Santo, o Pacto Social se desfez, a ordem deu lugar a desordem, e o homem voltou ao seu Estado mais natural de selvageria.
Ontem, parte do Rio de Janeiro e algumas cidades de Minas Gerais também começaram a ficar sem atividade policial.
O Pacto Social aqui foi rompido e o Brasil caminha a passos largos para o caos institucionalizado.
E se Thomas Hobbes fosse vivo, e conhecesse o Brasil atual, parafrasearia a sua própria citação, dizendo:
"Naquele país, o brasileiro se tornou o lobo do próprio brasileiro!"

Houve um tempo

Houve um tempo em que o brasileiro abria um Jornal ou assistia alguma Mídia e podia acompanhar os pensamentos de "formadores de opinião" como Carlos Drummond de Andrade, Assis Chateuabriand, Cecília Meireles, Clarice Linspector, jornal O Pasquim, Luiz Carlos Alborguetti, Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda, José Lins do Rêgo, Nelson Rodrigues, Ariano Suassuna, Carlos Lacerda, Millor Fernades e Paulo Francis.
Hoje o brasileiro abre o Jornal ou acessa a Mídia Virtual e pode acompanhar as diarreias frasais dos "novos formadores de opinião" como Gregório Duvivier, Emicida, Socialista Morena, Quebrando Tabu, Felipe Neto, PC Siqueira, Kéfera Buchmann, Paulo Henrique Amorim e Tico Santa Cruz.
Aí está a explicação do porquê atualmente temos uma sociedade brasileira bestializada mas que insiste em acreditar que é culta.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Não ao "Carpe Diem"

Não ao "Carpe Diem"
No final do Império Romano, durante a sua derrocada (quando a população fugia para os campos, os bárbaros invadiam as cidades e a sociedade vivia o auge de sua crise moral) os romanos criaram o termo "Carpe diem, quam minimum credula postero = aproveite o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã", como quem diz: "viva o momento, não sabemos o que acontecerá amanhã, não existe futuro, o fim está próximo!"
Em 476 d.C. o Mundo Romano no ocidente acabou.
Mas o Carpe Diem ficou. E permanece presente na sociedade contemporânea, principalmente na vida dos jovens.
Pois hoje o jovem toma rivotril e vive ansioso e preocupado apenas com o presente, frequenta baladas como se fossem a última, bebe num open-bar o máximo que seu organismo consegue resistir, e mesmo assim, quando o corpo já não aguenta mais, bebe energéticos e consome Ecstasy e LSD para suportar mais tempo em pé dançando. Quando chega em casa, este jovem agora precisa tomar um remédio para fazê-lo dormir, pois o outro remédio havia lhe deixado acordado.
E nesse alucinante Carpe Diem diário, o jovem já não tem mais perspectivas de futuro; até porque não chegou a criar o seu próprio passado e - portanto - não construiu a sua identidade moral.
Dessa forma, o jovem contemporâneo está apenas vivendo, assim como os romanos viveram em seus últimos dias.
Roma sucumbiu carpediando.
Não podemos permitir que nossos jovens sucumbam também.