Total de visualizações de página

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sobrou tempo, hoje.

Sobrou tempo hoje. Coisa que ultimamente não existia na minha vida atribulada de funções em prol da educação e da necessidade de trabalhar pra manter uma casa em dia.

Mas hoje (e guardarei essa data: 23/05) o tempo foi piedoso comigo para várias coisas, pois...

TIVE TEMPO hoje pela manhã de olhar pela janela da cozinha e prestigiar a grandeza do nascer do dia. Aquele momento em que as trevas da noite são vencidas pela luz do alvorecer. Coisas que meu pai sempre contava e dizia ser importante; mas que minha adolescência nunca tive tempo para prestar atenção.

DEU TEMPO de tomar uns quatro ou cinco mates e ainda deixar a cuia e a térmica no quarto da mãe – que ainda dormia – para que ela, ao acordar, não perdesse seu tempo tendo que fazê-lo para tomar sozinha.

APROVEITEI O TEMPO de 30 minutos, do recreio, para poder – pela primeira vez desde que cheguei à escola – ir à lancheria comer uma torrada e conversar com os alunos.

USEI O TEMPO de um dos meus períodos de aula para poder descontrair os alunos através de atividades lúdicas e levá-los para o laboratório de informática, fazendo-os usar aquele tempo da minha aula para estudar pras provas de recuperação, já que no final de semana eles certamente não tiveram tempo de estudar. (coisas da juventude)

DEDIQUEI UM TEMPO para fazer mais um mate e ir à escola buscar o Dartagnan, caminhando, desfrutando assim do percurso sem ter pressa nem acelerar contra o tempo indo de carro, apressado, até porque hoje tive tempo de deixar o carro na lavagem, sendo que há tempos ele estava sujo.

Levei o Darta pra PASSAR MAIS TEMPO com a mãe dele; ele precisa desse tempo, assim como eu reclamo um tempo passado onde minha mãe – não por negligência e sim por necessidade – passava boa parte do tempo trabalhando e com o passar do tempo entendi esse dilema da vida moderna onde a gente se obriga a gastar do seu presente para poder garantir o futuro daqueles que estimamos.

Refazendo trajetos que HÁ TEMPOS não fazia, voltei passeando e reencontrei com pessoas que há muito não via; e ainda tive a alegria de receber, de uma destas, uma dívida que há tempos estava perdida. Despreocupação financeira temporária, pelo menos, já que o salário da gente nunca chega a tempo no fim do mês.


TEMPO ainda de voltar pra casa e escrever no blog, pois alguns leitores reclamam do tempo em que eu escrevia mais seguido. Peço perdão, mas é que as vezes nos falta . . .


4 comentários:

Anônimo disse...

Muuuito bom o texto Pedro, meus parabéns!

Kamel Salman Jr disse...

Tempo!
Algo que se torna cada vez mais precioso atualmente!
Caro Pedro!
Lembro-me dos meus tempos em que tinha meus 12 anos...
Que minhas únicas obrigações eram: estudar de manhã, e escolher qual canal de TV assistir à tarde, ou qual "game" jogar no Playstation! Tempos em que eu pensava: "Putz, estudar pra Biologia? Ta de brincadeira! Que preocupação, que saco essa vida..
A frase :" Estou louco para que acabe essa @#$%#$ de escola!" esqueci quantas vezes repeti!
Hoje, lembro e penso...
QUE TEMPOS!
Mas não adianta... só aprendemos quando as responsabilidades vem até nós..e nos trazem para o mundo real, nos impondo sanções caso não seguirmos a risca elas.!
Abraçao!
Baita texto!

Letícia Bolzon Silva disse...

Sério mesmo, amo esse texto!

Letícia Bolzon Silva disse...

Amo esse texto, sério mesmo!