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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

EDUCAR A DEMOCRACIA

Um presidente – eleito pelo povo – envolvido em escândalos e corrupção, não agüentando a pressão opositora, puxou o gatilho do revolver contra o próprio peito e suicidou-se, naquele que é considerado o mais fatídico dos agostos da história do Brasil.

Mais tarde, outro presidente – também eleito pelo povo – teve seu governo ainda mais manchado por corrupção devido à construção de Brasília e ainda conduziu o Brasil à um desarranjo econômico fortíssimo devido aos seus “vislumbres futuristas” de querer fazer em 05 anos o que só seria possível em 50.

Depois de duas falhas da democracia, o povo novamente elegeu outro presidente. Desta vez inexpressivo perto dos últimos antecessores e pouco carismático também. E já nos primeiros meses de governos criou leis absurdas (exemplo: proibição de trajes de banho em praias), e condecorou guerrilheiros com a Ordem Máxima do Cruzeiro. Não bastasse isso, após sete meses de governo alegou que forças ocultas o perseguiam e renunciou ao governo deixando o Brasil (e seus próprios eleitores) órfãos de governo. Assumia seu vice, na época também eleito pelo povo. O Brasil caminhava a passos largos para o comunismo à semelhança de Cuba e URSS.

Era o momento oportuno que um setor da sociedade brasileira encontrou para tomar as rédeas da carruagem democrática que corria descontrolada em direção ao precipício da anarquia. Os militares sufocaram a democracia por alguns anos, usando a justificativa que se fazia necessário reorganizar o país. Infelizmente, correntes de pensamento extremista, entre os militares, liquidaram com qualquer princípio de democracia e foram chamados de “anos de chumbo” o período em que o povo perdeu a liberdade de ser.

Ao final do período militar, o povo, derrotado na campanha das Diretas Já ainda sofreu mais uma derrota, ao ver o seu candidato morrer e seu vice assumir. Mas a democracia plena, garantida na Constituição de 1988 trazia alento à sociedade.

Em 1989 (depois de quase 30 anos), aquele povo, que por erros próprios e de governos falhos, teve novamente o direito de votar; naquela que alguns historiadores consideram “a maior eleição da história do Brasil”. 22 candidatos concorreram à presidência; a televisão promoveu debates; as pesquisas eleitorais e a própria corrida presidencial foi extremamente emocionante e eletrizante. A democracia alcançou seu estágio mais alto ao coroar um segundo turno com dois candidatos distintos ideologicamente. Não importava o resultado, pois a vitória era da sociedade.

Mas quis o destino que o escolhido pelo povo voltasse a cometer os mesmo erros daqueles presidentes do passado. A mesma sociedade que falhou na escolha do presidente o derrubou provando, através de um movimento pacífico de protesto a supremacia da democracia; pois, se cabe ao povo o poder de eleger, estes também têm o direito de destituir.

Após isso, reeleições marcaram a história da república, provando que governos devem continuar, pois – certo ou errado – assim é a vontade da nação eleitora.

Mas os resultados desta última eleição me trazem à sombra dos infortúnios do passado. O povo volta a errar. Não se percebe mais coerência ideológica, pois eleitores votaram em determinados locais em PT pra governo estadual e PSDB pra federal (ou vice-versa); na verdade as ideologias é que morreram. Os corruptos ainda se candidatam e, PASME!, se elegem. O protesto que uns encontraram para criticar a política – elegendo palhaços literais, jogadores de futebol e músicos – só servirá para reforçar a frágil política brasileira.

O resultado das urnas, mais uma vez prova que o próprio povo brasileiro ainda não aprendeu a fazer da democracia um remédio para a saúde da nação; ao contrário: usa-a para dar um tiro no próprio pé.

Que nos sirva a história recente da república como ensinamento e que se eduque o eleitor, pois quando a maioria reprova é sinal de falha de quem educa; e as conseqüências recaem sobre todos; por mais quatro... ou oito anos.

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Para os alunos do Pré-Vestibular: uma questão do ENEM sobre alguns destes períodos anteriormente citados.

Um comentário:

João Avila disse...

Falar sobre democracia é lembrar do deleite prazer de exercer minha honorifica função de cidadão...Vão toma no cú se fosse democratico não seria obrigado a ir votar nestas PORASSSSSSSSSSSSSSSSSSSS...