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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Uruguaiane-se

Pode parecer até clichê demais. Uma pessoa que se intitula provinciano escrever sobre sua própria província, sobre sua terra, sua mátria, sua cidade natal.

Mas ergue-se a necessidade de bradarmos com toda a força dos pulmões a valorização de nossa terra. A Uruguaiana que queremos precisa ser defendida, bem quista e valorizada por nós mesmos, munícipes. E parece que nós uruguaianenses estamos esmorecendo.

Como educador tenho visto e evasão de intelectuais que por necessidade saem de Uruguaiana para buscar campo de estudo e de trabalho longe daqui. Perdemos recentemente uma importante instituição de ensino e consigo a oportunidade de muitos jovens alcançarem a graduação superior. Muitos dos jovens, após concluir uma faculdade, já não retornam por falta de campo de atuação. Assim, de uma só vez, perdemos no que diz respeito à educação, perdemos pessoas queridas por nós e profissionais de qualidade que poderiam atuar aqui mesmo. Hoje, a Unipampa (Federal) e as Instituições em EAD começaram a equilibrar essa perda, mantendo aqui nossos jovens e capacitando-os para o mercado de trabalho.

Mas e trabalho?

A grande queixa em qualquer roda de assuntos; o problema sócio-econômico que atinge - senão todas - a maior parcela das famílias uruguaianenses: o desemprego.

Não temos empregos; e além do mais, poucos empregadores, abalados pela crise do comércio local. A saída para muitos é se aventurar por cidades da serra gaúcha ou nas regiões industriais de Santa Catarina e novamente a emigração é maior. Enquanto aqui temos o imenso Porto Seco, o fluxo alucinante de caminhões e cargas por onde escoa grande parte da renda do Mercosul. Mas a renda (que poderia e deveria ficar para o município) não fica. “Renda”...

O comércio formal e informal padece agonizante porque e economia do município deu uma pirueta e hoje vemos a outra margem do rio lucrar devido a variação cambial que favorece atualmente os “hermanos” causando a ruína de muitos comerciantes e generalizando o desemprego de uma cidade que acabou ficando parada no tempo limitada apenas à algumas atividades econômicas.

Uruguaiana clama por mudanças.

A cidade do passado; do “já foi”; a cidade que já teve várias pequenas indústrias, agropecuária forte e comércio rico que serviu como ponto de referência à outras cidades. Hoje apenas na lembrança daqueles que aqui ficaram e apenas assistiram passivamente o declínio do município

A cidade do futuro; de slogans políticos que prometem que venceremos, “vencerá!” Mas que nada fazem para alterar o momento, o hoje, o agora.

Porém a cidade que queremos, a nossa Uruguaiana, precisa ser feita agora.

Chegou o momento de sermos provincianos sim. De mantermos aqui aqueles que são nossos. Darmos as mãos e erguermos juntos a nossa terra, o nosso povo, a nossa Uruguaiana.

Depende de nós e cabe somente a nós sermos uruguaianenses e propagarmos essa ideia.

Sejamos Uruguaianenses; e se não somos, então a hora é agora: URUGUAIANE-SE.

3 comentários:

Anônimo disse...

sou filho de comerciante, uma grande de uruguaiana que investiu mais de 100 mil reais , na aquisição de novos materias , novos metodos , profissionalização , novas mercadorias. e no entando tudo que vem de libres , parece ser melhor do que o que vende e o que se consome em uruguaiana. no carnaval só se compra plumas e tecidos em libres , é mais facil encontrar um uruguaianense jantando em libres que um propio librenho , camisas o povo se bandeia pra comprar lá , perfumes, vestuário completo, perfumaria (desodorante), carnes (mesmo que proibido o ingresso das mesmas no nosso território) o açougue do la fronteira é só brasileiros pedindo um melhor corte de bife ou costela. Gasolina nem se fala , 3 postos de uruguaiana fecharam , PRA QUEM OS COMERCIANTES VÃO VENDER? pra um povo que só não se muda pra libres por ter nojo de argentino que os mesmos os inrequecem.

Vanessa disse...

anonimo 09:19
nao te esqueça da epoca do 3 a 1.
sao ciclos, ums anos e aqui, outros e por la...
sou argentina, e tenho comercio aqui no brasil, e muitos comerciantes de uruguaiana lembran com nostalgia dos anos boms.
mas comercio e assim, principalmente quando se trata de cidades de fronteira.
conheço comerciantes que jogaram dinheiro pro ceu naquela epoca e hoje nao tem nem onde morar.
conheco o lado inverso tb, aqueles que souberam guardar ou invertir, e hoje estam tranquilos, trabalhando em comercio ainda.

Vanessa disse...

pacencia.. a vez do brasil vai chegar...