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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Se vai o ano

Houve um grande radialista uruguaianense que já nos primeiros dias do ano dizia assim em seu programa:

“(...) se vai o ano!!!”

Não importava se era a primeira semana de janeiro ou os últimos dias de dezembro; aquele era o seu bordão.

Ontem eu percebi que, particularmente o ano de 2010, está se indo com relativa velocidade. Impressão minha? Afinal, os anos são todos iguais e nós é que criamos o nosso próprio tempo? Talvez.

Porem aquele outro programa de rádio que ouvi ontem dizendo que já havíamos transcorrido 172 dias do ano de 2010 me chamou atenção para tudo o que 2010 teve (e ainda terá), dando a impressão de que realmente esse ano “vai que vai”.

Porque se contarmos em fatos o ano presente, perceberemos que iniciamos sempre em época de férias e na seqüência entramos em período de folia carnavalesca que embriaga o Brasil de festa. Na seqüência temos o retorno às aulas somado ao carnaval temporão que novamente pára toda a cidade para o evento.

Somente lá por maio terminamos de pagar involuntariamente os impostos que o governo nos impõe; e aí percebemos que o ano corre rápido e devora nosso orçamento como uma ave de rapina. Se o inconfidente Tiradentes sonhava com liberdade de Portugal, quando o Brasil pagava 20% de impostos para Portugal, hoje nós contribuintes pagamos 40% para o governo federal e certamente deve dar saudade dos tempos coloniais.

Entre um campeonato de futebol anual e outro, agora vivemos a Copa do Mundo. Novamente paramos, atenciosos, fixos, estáticos, aos jogos da nossa seleção e de qualquer outra seleção importantíssima para nós como Honduras, Argélia, Grécia ou Eslovênia.

E o ano?

Já se passaram 172 dias; não fizemos muita coisa, não demos baixas de muitas tarefas pendentes e programadas lá no início de 2010 e o pior de tudo: não mudamos nada em nossa volta; nem na nossa vida, nem na nossa sociedade.

Como se não bastasse, esse ano ainda nos reserva mais um período de distração; o período eleitoral que servirá novamente como diversão frente à televisão, assistindo a comédia política, fixos, estáticos, alguns até com nariz de palhaço no rosto.

Mas se na Copa do Mundo não conseguimos escalar o jogador que queríamos, e hoje xingamos o Dunga com veemência, no próximo período eleitoral podemos ser técnicos, podemos escalar os nossos representantes e por fim sermos agentes da mudança, fazendo de 2010 um ano de transformações.

Porque se não fizermos isso, “se vai no ano...”

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