Palpitações e respirações aceleradas quase no mesmo ritmo.
Adrenalina contida durante 90 minutos que dá vazão em gritos de desabafo ou euforia e abraços de felicidade e alegria no fim do período.
Depois, milhares de energias cooperativas se unem; nas sacadas dos prédios, nos restaurantes, nalgum barzinho da periferia, nas esquinas, nas praças, onde possa haver sinergia.
Essa sinergia do povo brasileiro que nessa época da Copa do Mundo nos salta aos olhos.
São bandeiras por todos os lugares, enfeites verde/amarelos, fantasias; cornetas, apitos, vuvuzelas; reuniões familiares, reuniões de grupos de amigos, reuniões em ambiente de trabalho ou até mesmo a torcida solitária sobre a tela da televisão. O Brasil produz uma energia intensa e poderosa nos dias de jogo da seleção.
Enquanto tudo literalmente pára durante os 90 minutos em que o país está nas chuteiras dos nossos selecionados, conspiramos em forma de energia positiva que é quase possível senti-la, tocá-la e me arrisco a dizer que são nestes momentos que o Brasil mais produz energia intensa.
Mas isso acontece apenas a cada quatro anos; por poucas semanas.
Passada a Copa do Mundo voltamos ao dia-a-dia, ao ofício diário, à realidade da rotina e parece que aquela força sinérgica some-se por completo. Não se vê mais tamanha euforia, não se sente mais a onda magnética que cobriu o Brasil durante os jogos.
Se conseguíssemos sustentar tamanho poder humano, concentrá-lo e aplicarmos nas mais diversas necessidades sociais, imaginem a poderosa nação que teríamos?
Se as bandeiras pudessem ser sacudidas em protestos contra atos infames daqueles que ocupam o poder.
Se as aglomerações verde/amarelo fossem para decidir um rumo na economia.
Se a força que os pulmões imprimem em cornetas, apitos e vuvuzelas fosse para bradar que nossa terra tem dono, tem cultura própria e impedir que os estrangeiros pouco a pouco se apropriem do que é nosso, impondo o que é deles.
Se essa euforia de vitória pudesse ser usada na escolha certa de um governo.
Se a adrenalina fosse a transformação da nossa sociedade.
Se a vontade de vencer fosse a vontade de educar!
Que vença o Brasil mais uma Copa. Que alegre-se mais uma vez a nação que hoje deposita esperanças em jovens guerreiros. Que comemoremos felizes, entre gritos, lágrima e abraços a vitória da pátria de chuteiras.
Mas que a sinergia que o futebol nos gera se mantenha acesa e forte em cada um de nós brasileiros durante o os próximos quatro anos que teremos pela frente.