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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sinergia

São braços, pernas, mentes e corações unidos.
Palpitações e respirações aceleradas quase no mesmo ritmo.
Adrenalina contida durante 90 minutos que dá vazão em gritos de desabafo ou euforia e abraços de felicidade e alegria no fim do período.
Depois, milhares de energias cooperativas se unem; nas sacadas dos prédios, nos restaurantes, nalgum barzinho da periferia, nas esquinas, nas praças, onde possa haver sinergia.
Essa sinergia do povo brasileiro que nessa época da Copa do Mundo nos salta aos olhos.
São bandeiras por todos os lugares, enfeites verde/amarelos, fantasias; cornetas, apitos, vuvuzelas; reuniões familiares, reuniões de grupos de amigos, reuniões em ambiente de trabalho ou até mesmo a torcida solitária sobre a tela da televisão. O Brasil produz uma energia intensa e poderosa nos dias de jogo da seleção.
Enquanto tudo literalmente pára durante os 90 minutos em que o país está nas chuteiras dos nossos selecionados, conspiramos em forma de energia positiva que é quase possível senti-la, tocá-la e me arrisco a dizer que são nestes momentos que o Brasil mais produz energia intensa.
Mas isso acontece apenas a cada quatro anos; por poucas semanas.
Passada a Copa do Mundo voltamos ao dia-a-dia, ao ofício diário, à realidade da rotina e parece que aquela força sinérgica some-se por completo. Não se vê mais tamanha euforia, não se sente mais a onda magnética que cobriu o Brasil durante os jogos.
Se conseguíssemos sustentar tamanho poder humano, concentrá-lo e aplicarmos nas mais diversas necessidades sociais, imaginem a poderosa nação que teríamos?
Se as bandeiras pudessem ser sacudidas em protestos contra atos infames daqueles que ocupam o poder.
Se as aglomerações verde/amarelo fossem para decidir um rumo na economia.
Se a força que os pulmões imprimem em cornetas, apitos e vuvuzelas fosse para bradar que nossa terra tem dono, tem cultura própria e impedir que os estrangeiros pouco a pouco se apropriem do que é nosso, impondo o que é deles.
Se essa euforia de vitória pudesse ser usada na escolha certa de um governo.
Se a adrenalina fosse a transformação da nossa sociedade.
Se a vontade de vencer fosse a vontade de educar!
Que vença o Brasil mais uma Copa. Que alegre-se mais uma vez a nação que hoje deposita esperanças em jovens guerreiros. Que comemoremos felizes, entre gritos, lágrima e abraços a vitória da pátria de chuteiras.
Mas que a sinergia que o futebol nos gera se mantenha acesa e forte em cada um de nós brasileiros durante o os próximos quatro anos que teremos pela frente.


quarta-feira, 23 de junho de 2010

Se vai o ano

Houve um grande radialista uruguaianense que já nos primeiros dias do ano dizia assim em seu programa:

“(...) se vai o ano!!!”

Não importava se era a primeira semana de janeiro ou os últimos dias de dezembro; aquele era o seu bordão.

Ontem eu percebi que, particularmente o ano de 2010, está se indo com relativa velocidade. Impressão minha? Afinal, os anos são todos iguais e nós é que criamos o nosso próprio tempo? Talvez.

Porem aquele outro programa de rádio que ouvi ontem dizendo que já havíamos transcorrido 172 dias do ano de 2010 me chamou atenção para tudo o que 2010 teve (e ainda terá), dando a impressão de que realmente esse ano “vai que vai”.

Porque se contarmos em fatos o ano presente, perceberemos que iniciamos sempre em época de férias e na seqüência entramos em período de folia carnavalesca que embriaga o Brasil de festa. Na seqüência temos o retorno às aulas somado ao carnaval temporão que novamente pára toda a cidade para o evento.

Somente lá por maio terminamos de pagar involuntariamente os impostos que o governo nos impõe; e aí percebemos que o ano corre rápido e devora nosso orçamento como uma ave de rapina. Se o inconfidente Tiradentes sonhava com liberdade de Portugal, quando o Brasil pagava 20% de impostos para Portugal, hoje nós contribuintes pagamos 40% para o governo federal e certamente deve dar saudade dos tempos coloniais.

Entre um campeonato de futebol anual e outro, agora vivemos a Copa do Mundo. Novamente paramos, atenciosos, fixos, estáticos, aos jogos da nossa seleção e de qualquer outra seleção importantíssima para nós como Honduras, Argélia, Grécia ou Eslovênia.

E o ano?

Já se passaram 172 dias; não fizemos muita coisa, não demos baixas de muitas tarefas pendentes e programadas lá no início de 2010 e o pior de tudo: não mudamos nada em nossa volta; nem na nossa vida, nem na nossa sociedade.

Como se não bastasse, esse ano ainda nos reserva mais um período de distração; o período eleitoral que servirá novamente como diversão frente à televisão, assistindo a comédia política, fixos, estáticos, alguns até com nariz de palhaço no rosto.

Mas se na Copa do Mundo não conseguimos escalar o jogador que queríamos, e hoje xingamos o Dunga com veemência, no próximo período eleitoral podemos ser técnicos, podemos escalar os nossos representantes e por fim sermos agentes da mudança, fazendo de 2010 um ano de transformações.

Porque se não fizermos isso, “se vai no ano...”

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Trânsito Democrático

Foi essa a piada criada por um amigo meu sobre o trânsito em nossa cidade: “Uruguaiana tem um trânsito democrático; cada um faz a sua própria preferencial”.

A brincadeira não deixa de ser verdade. Quem dirige sabe a verdade que nem preferencial, nem sinaleira, muito menos os redutores de velocidade impedem as infrações de trânsito, e que se não estivermos extremamente atentos ao trânsito, envolver-se em um acidente pode ser inevitável.

Como se já não bastasse o stress normal da correria do dia-a-dia, soma-se para os motoristas o grande stress que se tornou dirigir pela cidade:

- Motoqueiros cortando a frente de veículos.

- Vans em velocidade alucinante em horário de rush.

- Redutores de velocidade em 70% das vias.

- “Carros boate” e seus decibéis ensurdecedores.

- Guardadores de carro que se proliferam em todas as quadras do centro.

- O asfalto casquinha descascou, criando calombos e buracos, que agora começaram a diminuir só porque um buraco já emendou no outro.

Stress em velocidade máxima!

Motoristas trafegam sem cinto de segurança sob o olhar atento dos órgãos de controle; pedestres não cruzam na faixa e nas ruas mais afastadas do centro estes pedestres pensam que são automóveis e transitam somente pelas ruas. Outro dia, dirigindo pela Eustáquio Ormazabal pensei seriamente em trafegar pela calçada e deixar livre a rua para os transeuntes.

E a sinalização no centro é o que tem de melhor:

Quem vem pela XV de Novembro somente enxerga o semáforo com a Bento Martins quase na esquina. As árvores encobrem a visão assim como quem vem pela Duque de Caxias e precisa prestar atenção ao semáforo com a Santana. Totalmente encoberto.

De sexta-feira até domingo uma das principais sinaleiras da cidade deu pane geral; Presidente Vargas com Duque de Caxias ficou arriscadíssima de se cruzar.

Nem cabe ressaltar os diversos semáforos que pulam do verde direto pro vermelho.

Placas de PARE também estão encobertas por árvores ou então nem estão alertando as esquinas. Certas esquinas já são conhecidas como “Esquinas Assassinas”.

O trânsito de Uruguaiana já não é mais nem democrático; é anárquico.

Foi aí que percebi que posso colaborar para a diminuição do stress do trânsito e o meu próprio stress.

Delimitei trajetos que posso fazer a pé e criei um rodízio de dias para fazer alguns dos trajetos que faço de carro agora caminhando.

Estou assim economizando dinheiro com combustível, contribuindo com a natureza reduzindo a emissão de poluentes na atmosfera, me exercitando fisicamente (pois caminhadas são saudáveis) e torcendo para que as pessoas também criem tal consciência, diminuindo o número de veículos que trafegam pelo centro, desafogando o trânsito pesado em alguns horários e dando assim mais tempo para a secretaria de trânsito do município agir na melhoria da nossa democracia sobre rodas.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Uruguaiane-se

Pode parecer até clichê demais. Uma pessoa que se intitula provinciano escrever sobre sua própria província, sobre sua terra, sua mátria, sua cidade natal.

Mas ergue-se a necessidade de bradarmos com toda a força dos pulmões a valorização de nossa terra. A Uruguaiana que queremos precisa ser defendida, bem quista e valorizada por nós mesmos, munícipes. E parece que nós uruguaianenses estamos esmorecendo.

Como educador tenho visto e evasão de intelectuais que por necessidade saem de Uruguaiana para buscar campo de estudo e de trabalho longe daqui. Perdemos recentemente uma importante instituição de ensino e consigo a oportunidade de muitos jovens alcançarem a graduação superior. Muitos dos jovens, após concluir uma faculdade, já não retornam por falta de campo de atuação. Assim, de uma só vez, perdemos no que diz respeito à educação, perdemos pessoas queridas por nós e profissionais de qualidade que poderiam atuar aqui mesmo. Hoje, a Unipampa (Federal) e as Instituições em EAD começaram a equilibrar essa perda, mantendo aqui nossos jovens e capacitando-os para o mercado de trabalho.

Mas e trabalho?

A grande queixa em qualquer roda de assuntos; o problema sócio-econômico que atinge - senão todas - a maior parcela das famílias uruguaianenses: o desemprego.

Não temos empregos; e além do mais, poucos empregadores, abalados pela crise do comércio local. A saída para muitos é se aventurar por cidades da serra gaúcha ou nas regiões industriais de Santa Catarina e novamente a emigração é maior. Enquanto aqui temos o imenso Porto Seco, o fluxo alucinante de caminhões e cargas por onde escoa grande parte da renda do Mercosul. Mas a renda (que poderia e deveria ficar para o município) não fica. “Renda”...

O comércio formal e informal padece agonizante porque e economia do município deu uma pirueta e hoje vemos a outra margem do rio lucrar devido a variação cambial que favorece atualmente os “hermanos” causando a ruína de muitos comerciantes e generalizando o desemprego de uma cidade que acabou ficando parada no tempo limitada apenas à algumas atividades econômicas.

Uruguaiana clama por mudanças.

A cidade do passado; do “já foi”; a cidade que já teve várias pequenas indústrias, agropecuária forte e comércio rico que serviu como ponto de referência à outras cidades. Hoje apenas na lembrança daqueles que aqui ficaram e apenas assistiram passivamente o declínio do município

A cidade do futuro; de slogans políticos que prometem que venceremos, “vencerá!” Mas que nada fazem para alterar o momento, o hoje, o agora.

Porém a cidade que queremos, a nossa Uruguaiana, precisa ser feita agora.

Chegou o momento de sermos provincianos sim. De mantermos aqui aqueles que são nossos. Darmos as mãos e erguermos juntos a nossa terra, o nosso povo, a nossa Uruguaiana.

Depende de nós e cabe somente a nós sermos uruguaianenses e propagarmos essa ideia.

Sejamos Uruguaianenses; e se não somos, então a hora é agora: URUGUAIANE-SE.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A VIDA EM 4 ATOS (cinematográficos)

- AMAR E SOFRER:

(Monólogo final do filme Alfie - O Sedutor: 2004 - Musica de Mick Jagger: Old Habits Die Hard)

- DANÇAR E VIVER:

(Cena do filme Perfume de Mulher: 1992 - Música de Carlos Gardel: Por una Cabeza)

- TER CORAGEM PARA ENFRENTAR OS DESAFIOS E VENCER:

(Montagem sobre trechos do filme Um Domingo Qualquer: 1999 - Música de U2: One)

- TER VIDIDO TUDO E MORRER:


(Cena final do filme O Poderoso Chefão III: 1990)