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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Como é bom desfilar no Brasil

Aproveitei este ínterim dos desfiles que ocorrem aqui no estado, entre o 07 de Setembro e 20 de Setembro, para divagar um pouco sobre como o brasileiro gosta de eventos públicos (acrescentem neste meu pensamento o carnaval de “rua”, ícone máximo de nossa cultura) e como nós comemoramos qualquer coisa.
Pensei até em parar de escrever este artigo e não publicá-lo, pois certamente haveria retaliação forte da crítica que me acompanha, caso fosse vá ao ar estas minhas idéias, mas manterei minha coragem ao acercar sobre o assunto e a crítica que agüente ou que se sustente.
Entendo que carnaval é uma festa popular, que envolve esta pluralidade étnica que é o Brasil e que nele (carnaval) não se acrescentam ideologias nem movimentos políticos em torno do evento (se bem que é bem nesta época que a política brasileira pula e se joga confete em Brasília se beneficiando do dinheiro público enquanto nós bebemoramos a “festa da carne”; carne esta que lá por agosto ou setembro irá faltar na mesa do folião de fevereiro).
Mas é em setembro que o povo vai às ruas; não em manifestação nem em protesto, mas em comemoração e celebração à Independência do Brasil. Os soldados marcham mostrando o poderio bélico do exército, da marinha e da Aeronáutica brasileira (boa parte dela sucateada); as crianças desfilam por suas escolas, vindas de todos os bairros, de todas as classes, ostentando os uniformes ou a velha e clássica “camiseta branca e calça jeans” (Opa! ‘Jeans’ não é norte-americano? Estranho!) e as pessoas aplaudem a data que libertou o Brasil, então colônia, lá nos idos de 1822, do jugo da metrópole portuguesa que queria retroceder o Brasil de Reino Unido à colônia novamente.
Foi um grito de “Independência ou Morte” que desatou as amarras colônias e criou a nação, e realmente isto é motivo de orgulho patriótico; mas alguém lembra o que custou este brado de D. Pedro I? Perguntem à Inglaterra, a mais feliz das nações neste processo que culminou com uma dívida centenária da qual os cofres brasileiros se esgotaram pagando.
Invertendo um pouco os fatos, eu poderia dizer que desfilamos comemorando o que o brasileiro mais tem: DÍVIDAS! (Agora sim, vão começar a críticas)
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Isso só acontece no Brasil; não é brincadeira, é fato. Somente no Brasil os fuzileiros navais bebem cachaça e cerveja trajados em farda de gala num boteco na esquina da Capitania dos Portos (melhor, somente em Uruguaiana se vê isso).
Acreditem, foi esta a primeira cena, logo de manhã, que vi ao sair para a sacada do meu apartamento: oficiais com suas fardas e condecorações bebendo num botequinho na esquina do prédio onde moro.
Felizmente o boteco se chama “Bar Brasil”, ou seja: os oficiais estavam a serviço da pátria!
Outros oficiais, que precisam defender o cidadão fazem isso em horário de trabalho:





Mas tudo bem, o Brasil é o país que dança até na corda bamba.
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Passam-se mais alguns dias e no Rio Grande do Sul se festeja a gloriosa Semana Farroupilha. (Depois disso serei crucificado após postar este artigo)
Uma semana de festejos, cavalgadas, chama crioula, todo mundo usando bombacha (aí acaba a semana a bombacha volta a ser considerada vestimenta no sense), bailes, piquetes, e... DESFILE.
Mas há sim, o que se comemorar nesta data tão épica; afinal foram dez longos anos que a República Riograndense enfrentou as hostes imperiais lutando em frangalhos, já quase em farrapos.
Nossos guerreiros pereceram em campo de batalha mas não arredaram pé em nome daquilo em que acreditavam ser seu ideal: defender a sua mátria, a sua pátria.
Os Generais Farroupilhas, que protagonizaram a revolta, interessados na valorização de seus comércios (o charque) hoje são celebrados, imortalizados, lembrados em bustos e nomes de ruas e cidades.
E aqueles que lutaram pelo Rio Grande e que nem terra tinham (pois lutaram por estes generais) hoje estão gravados apenas no orgulho que temos por nossa terra.
Há de se lembrar que todos os “Generais” Farroupilhas, após se renderem ao Império, receberam indenizações do governo, alteraram como queriam a política econômica do charque, permaneceream fazendeiros e ainda foram incorporados ao Exército Imperial com patentes de Coronéis, enquanto que os peões (aqueles que sobreviveram) voltaram a trabalhar nas grandes estâncias e os negros (os que acreditaram na promessa de liberdade externado até na bandeira do Rio Grande) foram traídos e muitos deles mortos por seus próprios "Coronéis".

Mas pra quê lembrar disso? Bom é desfilar, não importa o motivo, não importa a celebração, o que vale é comemorar; e isso o brasileiro sabe mais que ninguém.

Viva o Brasil! Viva o Rio Grande! (mas “vivas” com uma parcela de reservas)

Bom desfile gauchada (enalteçam aqueles que acreditaram num mundo mais justo, livre da tirania, da opressão e dos interesses sórdidos da política de interesses).
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Os slides do segundo módulo de Pré-Vestibular:

2 comentários:

Anônimo disse...

Bah!Tchê ...tua crítica foi bem ácida pros dois desfiles e mais ainda para a semana farroupilha...Bueno quem sou lá eu prá desdizer um bacharel em história ...calo-me e engulo seco ...tem muta verdade aí e que dificilmente alguém diz...

Anônimo disse...

BOM SE FOSSEMOS UM POVO QUE TIVESSEMOS UMA VISÃO CRÍTICA BEM POSTADA CERTAMENTE ESTARIAMOS FAZENDO PROTESTOS E NÃO COMEMORANDO POIS SOMOS AINDA UM POVO QUE É FEITO DE FANTOCHE,QUE SÓ É CAPAZ DE IR PARA A RUA PROTESTAR QUANDO AS GRANDES EMISSORAS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NOS INDUZEM,VEJA COLLOR NÃO FOI O POVO QUE TIROU ELE (E SIM OS DEUSES TODOS PODEROSOS) O POVO SOMENTE FOI INDUZIDO A FAZER XISME.VEJA O ESCANDALO DO DETRAN AQUI NO NOSSO ESTADO (MAIS UMA PROVA DE QUE SE TIVESEMOS UMA CONSCIENTIZAÇÃO DO QUE HOUVE DEVERIAMOS NO MINIMO IR PARA A RUA PROTESTAR) DISSERAM QUE IRIA BAIXAR O VALOR E BAIXOU VINTE REAIS E AGORA VÃO AUMENTAR AS AULAS PARA (METER A MÃO)ASSIM DE OUTRA FORMA TIREM OQUE ESTÃO PERDENDO,NOS EUA UMA CNH CUSTA 50 DOLARES,ARGENTINA NÃO CUSTA NEM 100 PESOS...ESTÃO NOS ROUBANDO E NOS RINDO E PASSEANDO.É DE INDIGNAR...
MAS UMA COISA É LINDA ESSE AMOR QUE TEMOS PELAS NOSSAS TRADIÇÕES MESMO COM TUDO OQUE NOS METEM A MÃO SOMOS UM ESTADO QUE FORJOU SUA HISTÓRIA E AONDE TIVER UM DE BOMBACHA SABE-SE QUE LÁ TEM UM GAUCHO DE CORAÇÃO E ALMA FARRAPA.ABRAÇÃO.