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quinta-feira, 8 de maio de 2008

JURAMENTOS


Quando colamos grau e recebemos o diploma da profissão a qual escolhemos trabalhar, fazemos um juramento, frente ao público e aos mestres que nos ensinaram a ser profissionais.
Mas existem profissionais que fazem o juramento de dedos cruzados, esperando que acabe de uma vez aquele solenidade a fim de começar a ganhar dinheiro com a sua carreira, sem importar-se realmente com a missão que, como profissional, deveria desempenhar na sociedade que agora o acolhe como probo em sua função.
Foi com esta falta de ética profissional que um médico de uma cidade daqui do Rio Grande do Sul (não citarei nomes, perdoem-me!) acabou se negando de prestar atendimento a um paciente, alegando que somente daria assistência médica caso o convalescente pagasse a cifra de R$ 100,00 reais, mesmo sendo um atendimento de rotina, pelo SUS, em um hospital público do município.
O caso caiu nas malhas judiciais, e para infelicidade do médico, ávido por auferir rendas, o paciente contratou um Bacharel em Direito que prontamente entrou com um processo contra o médico em questão.
Por R$ 100,00 reais, agora o médico estava respondendo a um processo de mais de R$ 15.000,00 reais; mas ainda assim, faltava algo dentro processo para provar do enorme crime profissional que acusado incorrera.

Neste momento da história que eu entrei no assunto, sem querer (mas pelo menos me valeu um assunto de BLOG).

Ao conversar comigo, por MSN, o advogado me relatava sobre o processo, contando os fatos e o que ele pretendia com o processo (tirar dinheiro do médico e ganhar com seus honorários). Perguntei-lhe se, em algum momento do júri, o médico havia sido indagado de seu compromisso ético, que deveria ser cumprido por ele e seus colegas através do ”Juramento de Hipócrates”.
Eis que uma pergunta só não me fez cair, porque eu já me encontrava sentado:
“- O que é Hipócrates?”

Depois de explicar sobre o “Pai da Medicina” e o juramento que os médicos fazem ao se graduar, meu conhecido advogado resolveu anexar esta citação em seu processo a fins de expor que o médico faltou com seus princípios profissionais e éticos ao cobrar para prestar socorro.


Veredicto final: a parte acusada foi obrigada a pagar o valor de R$ (...) reais (não sei bem quanto resultou o processo, mas a cifra ultrapassou a bagatela de 15 mil).

Porém, hoje eu comecei a me questionar sobre estes juramentos que prestamos; afinal, os seguimos à risca?

O médico acusado faltou com sua ética profissional e também com o sentimento de fraternidade ao recusar prestar auxílio ao próximo; o advogado talvez não tenha faltado com nenhum princípio de seu juramento (mas todo este empenho em defender a sua parte tinha um interesse maior, ah se tinha!), porém esqueceu que não existem apenas as leis ao se trabalhar em prol da justiça, deve-se ter conhecimentos paralelos advindos de muito estudo (a chamada bagagem cultural) e isso é de fundamental importância para ser um bom profissional.
E talvez à mim também tenha faltado algum princípio profissional; afinal, ensinei algo naquela conversa pelo MSN, mas não agreguei absolutamente nada de conhecimento ao aluno, pois Hipócrates foi citado no processo que lhe deu mais uma vitória no tribunal, mas afinal:
“O que é HIPÓCRATES?” *



Em tempo: Um agradecimento especial ao amigo Paschoal Bonetti (que me auxiliou em alguns termos jurídicos sem me cobrar honorários).

* Sobre Hipócrates: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3crates

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Para os alunos, deixo um link interessante:

Estão abertas as inscriçoes para o ENEM



Abraço!

2 comentários:

adri. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
adri. disse...

Juramento de faculdade = Bonito para quem olha, comprometedor para quem jura.
Jurar nos momentos que se está emocionado com uma etapa vencida é a mesma coisa que dizer que gosta de injeção qd se está doente. Qqr coisa serve.
O juramento de faculdade ou qqr outro juramente se firma todos os dias quando vc escolhe entre fazer o que é certo e fazer o que é fácil.
Gostei do texto.
Bjs