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segunda-feira, 6 de março de 2017

Não ao "Carpe Diem"

Não ao "Carpe Diem"
No final do Império Romano, durante a sua derrocada (quando a população fugia para os campos, os bárbaros invadiam as cidades e a sociedade vivia o auge de sua crise moral) os romanos criaram o termo "Carpe diem, quam minimum credula postero = aproveite o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã", como quem diz: "viva o momento, não sabemos o que acontecerá amanhã, não existe futuro, o fim está próximo!"
Em 476 d.C. o Mundo Romano no ocidente acabou.
Mas o Carpe Diem ficou. E permanece presente na sociedade contemporânea, principalmente na vida dos jovens.
Pois hoje o jovem toma rivotril e vive ansioso e preocupado apenas com o presente, frequenta baladas como se fossem a última, bebe num open-bar o máximo que seu organismo consegue resistir, e mesmo assim, quando o corpo já não aguenta mais, bebe energéticos e consome Ecstasy e LSD para suportar mais tempo em pé dançando. Quando chega em casa, este jovem agora precisa tomar um remédio para fazê-lo dormir, pois o outro remédio havia lhe deixado acordado.
E nesse alucinante Carpe Diem diário, o jovem já não tem mais perspectivas de futuro; até porque não chegou a criar o seu próprio passado e - portanto - não construiu a sua identidade moral.
Dessa forma, o jovem contemporâneo está apenas vivendo, assim como os romanos viveram em seus últimos dias.
Roma sucumbiu carpediando.
Não podemos permitir que nossos jovens sucumbam também.

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