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quarta-feira, 31 de março de 2010

As águas (e os amores) de março

Março faz parte intensa da minha vida. Afinal, nasci num destes dias de março.
Mas de todos os doze meses do calendário, é março que me traz lembranças fortes, com muito mais poder de lembrança que os outros meses do ano.
Lembro em “High Definition” meus retornos às aulas nos tempos de ensino fundamental, quando ia de ônibus com a minha mãe – que era professora na mesma escola – e o reencontro com os colegas ainda permanece aqui, preso numa memória de março. E assim também estão vivas as recordações no ensino médio e depois na faculdade.
Mesmos marços que aqui em Uruguaiana marcam a chegada da estação mais bela de todas; onde as manhãs são quentinhas, prazeirosas; e as noites esfriam o suficiente para que as pessoas busquem calor humano. Dos marços outonais tenho as lembranças e guardo também os cheiros que só essa época exala.
Mas são os marços que me trazem à tona sentimentos extremamente fortes e singelamente belos.
Os amores de março.
Amor de infância, colegial, ingênuo, que conheci num março e que levei dois anos para ter reciprocidade, num outro mês igual.
Amor fatal, passional, tumultuado, conturbado, que – tempestuoso – cruzou pelo mês de março para deixar lembranças em muitos e muitos meses, anos (e marços) que se passaram.
Amor complicado, estranho, proibido e – por vezes – incendiário, que aconteceu num março errado, cedo demais; mas que sobreviveu invernos e nas suas cinzas ainda estão brasas que queimam.
Amor sublime, delicado, carinhoso; doente (como o próprio sentimento amar). Cena de filme francês, com tons de cinza e nostalgia. Sem final feliz; talvez sem final, sem último capítulo. Apenas reticências.
Por fim, março – enfim – é o mês mais singular do ano pra mim. Vivi (e confesso: ainda vivo) os sentimentos mais fortes e tenho dele as lembranças mais latentes.
Por isso deixei para escrever essa postagem no instante final do mês. Pra fechar mais um março, como as águas, na música de Jobim.
♪ São as águas de março fechando o verão ♪
São os amores de março que ficaram no meu coração.

7 comentários:

Dαndαrα Fidélis disse...

De todas tuas postagens que eu ja li ate agr , a mais bunita , a mais sincera a que parece e acredito que tenha vindo do coração !
Que veio de um Pedro que pouco eu conheço , mas que muito eu gosto!
bj Pedrão ;*

Pri Rubí disse...

Pedrinho meu amigo..e lá vamos nóiss..kkk olha eu aqui ...vc deve pensar..puxa..até aki ela me persegue..q chata...rsrs..Então não resisti e to te seguindo aqui ..me segue tb ? :) vota na minha enkete sbre o sexo do meu baby..tá na coluna direitaa :))) adoro essa música do vídeo..e sobre o post...bahh guri...tu escreve bem hein..mais se não escrevsse não seria o grande ..magnifico Prof. Pedroca..hehe..Big Beijo amigo!

Dani Soares disse...

Não bastava ser excelente professor, comentarista, meu "personal history assistent", agora vai virar poeta? Não resisti e comentei! Belas palavras Pedro.

Mell Goulart disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mell Goulart disse...

Palavras de uma de homem que entende das coisas. :)
Eu..uma típica mulher nascida no mês de março, afirmo e reafirmo que ele é realmente maravilhoso..principalmente quando o assunto é a beleza que ele deposita nas pessoas que nascem durante este mês!!! Hauahua
Adoreiii
Bejo

Anônimo disse...

AVASSALADOR.
COMO SEMPRE.

Danelize Gomes disse...

Exalou todos os sentimentos existentes mergulhados nas tuas profundas lembranças, hein.
"Amor sublime, delicado, carinhoso; doente (como o próprio sentimento amar)".
Adorei. :}