São detalhes tão pequenos, esquecidos, escondidos numa gaveta da memória, de um tempo já distante, que as vezes ressurgem no presente e nos transportam para o passado de uma forma tão intensa que é quase possível sentir-se o cheiro das coisas. E como é bom reviver o passado (pelo menos algumas coisas que já passaram).
Recentemente tivemos um longo feriado, que me permitiu me reorganizar psicologicamente – porque a sobrecarga de trabalho desse final de ano está sendo bombástica –. Assim pude, numa tarde, preparar um mate e sair a caminhar pela cidade sem a pressa habitual do dia-a-dia.
Já era final de tarde e quando olhei os últimos raios de luz no céu que já mudava de cor, rapidamente me veio a lembrança de um desejo de infância que eu nunca consegui realizar: perceber o momento exato em que o dia vira noite.
Uma bobagem da infância, mas que naquela tarde poderia ser resolvida. E assim segui caminhando, cuidando o momento, o exato momento em que o dia viraria noite.
O céu se tomou de cores incríveis; o azul se mesclou com o vermelho dos últimos lampejos de luz e a criança em mim caminhava à procura do momento que a muito esperava e que naquela tarde se concretizava.
Mas sem perceber, a realidade me puxou de volta; entrei no banco para ver meu saldo bancário (coisas da complicada vida adulta) e ao sair dele já era noite. O meu eu menino, ali, já havia voltado pra dentro de mim, o sonho de infância não se concretizou e a noite já havia se formado.
Voltei pra casa sem olhar pro céu, sem ler o extrato bancário, apenas lamentando por ter de pedir novamente para o jovem Pedrinho esperar o já adulto Pedro ter outra oportunidade de cumprir com suas antigas promessas.
Recentemente tivemos um longo feriado, que me permitiu me reorganizar psicologicamente – porque a sobrecarga de trabalho desse final de ano está sendo bombástica –. Assim pude, numa tarde, preparar um mate e sair a caminhar pela cidade sem a pressa habitual do dia-a-dia.
Já era final de tarde e quando olhei os últimos raios de luz no céu que já mudava de cor, rapidamente me veio a lembrança de um desejo de infância que eu nunca consegui realizar: perceber o momento exato em que o dia vira noite.
Uma bobagem da infância, mas que naquela tarde poderia ser resolvida. E assim segui caminhando, cuidando o momento, o exato momento em que o dia viraria noite.
O céu se tomou de cores incríveis; o azul se mesclou com o vermelho dos últimos lampejos de luz e a criança em mim caminhava à procura do momento que a muito esperava e que naquela tarde se concretizava.
Mas sem perceber, a realidade me puxou de volta; entrei no banco para ver meu saldo bancário (coisas da complicada vida adulta) e ao sair dele já era noite. O meu eu menino, ali, já havia voltado pra dentro de mim, o sonho de infância não se concretizou e a noite já havia se formado.
Voltei pra casa sem olhar pro céu, sem ler o extrato bancário, apenas lamentando por ter de pedir novamente para o jovem Pedrinho esperar o já adulto Pedro ter outra oportunidade de cumprir com suas antigas promessas.