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domingo, 25 de junho de 2017

Um Cais de Porto e seus Navegantes

Todos aqueles Navegantes que chegam a um Cais de Porto são motivo de alegria. Alguns ficam por um curto período; outros permaneceram por mais tempo; mesmo assim, um dia partem, deixando no Cais uma saudade precoce.

Afinal, o Cais de um Porto é apenas uma parada, um entreposto onde os Navegantes estão só de passada.
Os Navegantes se vão; precisam viver.
O Cais permanece; acumulando memórias.

E nós, nessa vida...
Somos Navegantes deixando lembranças no Cais de outras pessoas?
Ou, quem sabe, somos o Cais de um Porto a permanecer, colecionando lembranças dos Navegantes que já passaram por nós?


sexta-feira, 16 de junho de 2017

Maria Augusta Generoso Estrela (a primeira mulher médica do Brasil)


Nascida em 1860, no Rio de Janeiro, Maria Augusta estudou na Escola Brasileira até os 13 anos de idade, quando viajou com a família para Portugal. Ao voltar para o Brasil, certo dia leu em um periódico sobre mulheres que estudavam medicina nos Estados Unidos.
Como no Brasil as únicas duas faculdades de medicina não permitiam o ingresso de mulheres, em 1875 Maria Augusta viajou para os Estados Unidos para prestar prova de admissão na New York Medical College and Hospital for Women. Em 1876 Maria Augusta já cursava medicina, tendo todos os custos de seu estudo bancados por Dom Pedro II (algo em torno de 100 mil réis mensais).

Mesmo tendo sofrido um acidente com bisturi, ao realizar cirurgia de necrópsia, e ter perdido o pai durante os anos de estudo, Maria Augusta formou-se com honras, em 1881, tendo sido agraciada com a Medalha de Ouro por melhor desempenho acadêmico, pelo seus estudo "Moléstias da Pele".
Ao retornar para o Brasil, em 1882, Maria Augusta só teve seu diploma revalidado e só pôde iniciar seus trabalhos como médica no país porque Dom Pedro II havia decretado o direito de ingresso de mulheres ao Ensino Superior em 1879.
Casou-se, teve cinco filhos e - mesmo com todas as resistências e preconceitos por ser mulher e médica - exerceu até o fim da vida sua profissão.
Maria Augusta Generoso Estrela, símbolo de garra, obstinação e resistência, hoje esquecida pela história e por movimentos sociais que lutam pelos direitos da mulher, é uma das grandes mulheres brasileiras que devemos exaltar.